Após audiência pública, nesta manhã (19), deputados, prefeitos, vereadores e representantes de diversos setores da região se posicionaram contrários ao modelo de concessão de pedágios proposto pelo Governo Federal, tanto para o Sudoeste quanto para o Estado, que já conta com 27 praças em seu território e pode passar a contar com mais 15, de acordo com planejamento federal.
O debate, que ocorreu na Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná (Amsop) em Francisco Beltrão, foi organizado pela Frente Parlamentar sobre o Pedágio da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) com o objetivo de discutir o modelo proposto pelo Governo e formar uma posição única sobre o projeto para apresentar na audiência pública da Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT) nos dias 24 e 25 deste mês.
“Esse audiência tem objetivo de sensibilizar a sociedade civil organizada porque é a ANTT quem está conduzindo esse processo, que é para valer. Então, nós temos que formalizar através das entidades que vocês integram o nosso posicionamento”, explicou o deputado Luiz Claudio Romanelli.
Durante o encontro, todos os presentes se posicionaram favoráveis a implantação de duas praças de pedágio na região, porém, com preços mais acessíveis ao bolso dos motoristas, com um modelo de concessão sem outorga [que é quando a empresa paga um valor ao Governo Federal], sem aumento de 40% nas tarifas de pedágio após duplicação das rodovias e com obras em um tempo mais rápido de execução, sendo que pelo modelo atual proposto estima-se que as obras iniciem somente após três anos de concessão.
Para o prefeito de Bom Sucesso do Sul e presidente da Amsop, Nilson Feversani, a posição contrária ao modelo de concessão apresentado é um comum pensamento de todos os setores da região. “É um consenso de todos que temos que ter rodovias razoáveis [..] Nós, hoje, temos uma agricultura muito forte que vem sempre desenvolvendo um Paraná atuante. Vamos pedir ao Ratinho Júnior um pedágio de qualidade com preço justo a todos”, disse.
Ao fim das três horas de audiência, Feversani entregou aos deputados da Alep o manifesto público realizado pelas lideranças do sudoeste do Paraná sobre a proposta de pedágio no Estado.
Relembrando
O modelo de concessão proposto pelo Governo Federal apresentado ao Estado estabelece um leilão híbrido com desconto máximo de 17% na primeira fase de concessão das praças de pedágio e depois, na segunda fase, prevê o desempate através de outorga, ou seja, empresa que oferecer maior pagamento ao Governo ficará com a concessão.
Outra proposta apresentada pelo Governo Federal diz respeito a um acréscimo de 40% nas tarifas após duplicação de todos os trechos que receberão praças de pedágio.
O Governo Federal também propôs a exclusão da extensão da PR-280, entre Pato Branco e Palmas (trevo do Horizonte) e, por fim, sinalizou para um contorno entre Francisco Beltrão e Marmeleiro.
Praças de pedágio no sudoeste
As duas praças de pedágio na região Sudoeste sugeridas pelo Governo estão previstas para ser implantadas no km 513 da PR-182, a cerca de sete km de Ampére, e outra, apesar do Governo Federal se referir como praça de Pato Branco, será instalada no km 230,3 da PR-280, a seis km de Vitorino. Os dois pontos, com sentido para Francisco Beltrão, ficarão a 80 km de distância entre si.
Se instaladas as praças seguindo os modelos de concessão do Governo Federal, o pedágio cobrado do motorista ficará na média dos R$ 8 inicialmente e, após a duplicação das vias, poderá chegar a custar R$ 12.
Neste modelo, é previsto um desconto de, no máximo, 15% no valor cobrado, ou seja, de R$ 8 passaria a uma média de R$ 6, e após obras custaria, em média, R$ 10.
(Fonte: Diário do Sudoeste)