O Grêmio negociou com dois treinadores no fim de semana. Com Renato Portaluppi, as tratativas foram feitas por Fábio Koff. Em outra frente, o alvo foi Enderson Moreira, que deixou o comando do Goiás no sábado. O resultado das conversas poderá ser anunciado nesta segunda-feira. O certo é que o treinador assumirá sem cláusula de multa rescisória.

Koff tentou sensibilizar Renato sobre uma redução salarial. Fixou o teto do clube em R$ 300 mil e ponderou que a compensação pela perda financeira momentânea viria mais tarde, na forma de premiação por títulos. Como o atual treinador demorava para responder, o Grêmio acelerou tratativas com representantes de Enderson Moreira. Neste caso, o acerto financeiro seria bem mais fácil de ocorrer.

— Não podemos pensar apenas em figuras carimbadas quando o assunto é treinador – entende um dirigente, confirmando que o nome de Moreira de fato “circulou pelos gabinetes”.

Enderson sempre foi o preferido na falta de um acerto com Renato Portaluppi. Ele é elogiado pela atenção que dá aos treinamentos táticos e por valorizar jogadores formados na base, o que determina uma redução nos gastos com a folha de pagamento.

Nesse sentido, o treinador atenderia à política de formação de ativos, que se resume a lançar jovens que poderão ser posteriormente vendidos para fortalecer as finanças do clube. 

— Estamos trabalhando com uma série de possibilidades. O futebol é muito dinâmico. O trabalho não parou em nenhum momento. A valorização profissional passa por estar no Grêmio, jogar uma Libertadores. Não pode ser só uma questão monetária — entende o executivo de futebol, Rui Costa.

No sábado, Enderson desligou-se do Goiás. Antes da despedida, revelou a amigos que não poderia recusar o convite de um grande clube brasileiro. Jornalistas de Goiânia informam que a proposta teria partido do Grêmio.

A enorme resistência de torcedores, alguns dos quais chegam a enviar mensagens para o celular de Fábio Koff, é um empecilho para a contratação de Celso Roth, outro nome cogitado.

Seja qual for o novo treinador, ele será o primeiro a se encaixar no novo modelo de contrato. A partir de 2014, o Grêmio não irá pagar mais multa rescisória. Em caso de demissão do profissional, o único valor pago será o salário do último mês trabalhado.

 

A ideia é não repetir o ocorrido com Vanderlei Luxemburgo, que cobra do clube, na Justiça, a soma de R$ 5,9 milhões, o equivalente a 50% do que ele teria para receber nos 17 meses restantes de contrato. Por intimação da Justiça carioca, o Grêmio foi proibido de fazer qualquer depósito na conta do técnico, enquanto Luxemburgo não saldar uma dívida com o ex-jogador e hoje comentarista Edmundo.