Interrupção no fornecimento de energia elétrica pela Copel, sábado, dia 1º, provocou a morte de aproximadamente 150 mil frangos, segundo estimativa dos próprios produtores. O problema já tinha sido registrado dia 21 de janeiro nas comunidades de Barra do Lageado e Lambedor, quando 100 mil aves morreram em função do calor.

O vice-prefeito Antenor Pedro Cogo (PSDB), que também é avicultor, disse ao JdeB que o desligamento ocorreu no sábado, das 14h30 às 18h30. Só nos aviários da família, a perda estimada é de 30 mil aves. "Mas na região pode passar de 150 mil frangos que morreram em virtude do calor. A interrupção tinha sido avisada pela Copel. Parece que uma árvore bateu nos fios e acabou estourando um cabo, só que houve muita demora pra fazer a manutenção."

Na opinião dele, a Copel tem que ser mais ágil, estar preparada para não deixar que isso aconteça, porque vem trazendo um grande prejuízo aos produtores. Antenor disse que pretende reunir produtores e lideranças locais para ir até a superintendência da Copel e pedir uma explicação. "Nosso agricultor hoje sofre tanto para produzir e quando está quase na hora da entrega, de colher os frutos do seu trabalho, acaba vendo se perder tudo. A responsabilidade é deles e vão ter que explicar o porquê disso", entende Cogo.

O agricultor Jonas Esser perdeu em torno de 1.500 aves. Segundo ele, todas estavam com 23 dias, pesando em média 1,200 quilo. Mais cinco dias e seriam encaminhadas para o frigorífico. "A gente desanima um pouco, ver os frangos prontos para entregar e em poucas horas se perder, mas não dá pra abaixar a cabeça. Os avicultores devem se organizar e ver o que vão fazer nos próximos dias."

Há registros de perdas nas comunidades de Bananal, Pintangueira, Lambedor e Barra do Lageado, entre outras.

O produtor Élvio de Lima conta que demorou duas horas para as aves começarem morrer a partir da falta de energia. "Assim que faltou luz, os aviários foram abertos, mas era muito quente. Os frangos iam se amontoando e morriam, não tinha o que fazer", lamenta. Ele comentou que mais aves deveriam morrer ao longo de domingo e segunda-feira, porque a falta de ventilação deixou sequelas no organismo. Élvio relata que ele e outras pessoas trabalharam a noite toda para retirar as aves que morreram. "Tiramos pra fora e depois puxamos com o trator numa plataforma." O produtor acredita que, enquanto os avicultores não se reunirem e irem juntos pressionar a Copel, o problema não será resolvido.

 

A Prefeitura disponibilizou máquinas para fazer as valas onde seriam enterradas as aves mortas. Na manhã de domingo, Élvio estava aguardando a chegada das máquinas para enterrar os frangos mortos. (Fonte: Jornal de Beltrão)