A seção técnica do Instituto de Criminalística (IC) de Francisco Beltrão teve um aumento considerável de trabalho no ano de 2013. Um balanço divulgado pelo órgão demonstra que foram realizados 1.284 exames no ano passado, considerando todos os trabalhos de perícia nos 42 municípios do Sudoeste do Paraná, representando um aumento efetivo de 47,75% com relação ao ano anterior, quando a polícia técnica fez 869 atendimentos.

Além dos casos de homicídios, roubos, suicídios e acidentes de trânsito, um dos serviços que vêm aumentando na região é a perícia em veículos com suspeita de adulteração. No mesmo período foram elaborados 1.135 laudos. A seção ganhou quatro novos peritos e mais duas novas viaturas, o que ajudou a atender melhor a região Sudoeste.

Patrick de Souza, perito chefe do IC no município, observa que os casos mais comuns são de carros roubados em Santa Catarina e Rio Grande do Sul e esquentados no Paraná. Muitos deles, apreendidos pelas polícias civil e militar com cigarreiros, são encaminhados para a perícia a fim de dirimir eventuais dúvidas. Em geral, quando os automóveis são roubados, os marginais raspam a numeração original do chassi e escrevem o número de um documento “quente”. O carro passa a ser um clone de outro veículo legalizado. Normalmente, é necessária uma análise criteriosa, com uso de reagentes químicos, para desmascarar a fraude. “A olho nu dificilmente é possível verificar se a numeração do chassi foi adulterada”, declara o perito.

De acordo com ele, são realizadas análises minuciosas nas numerações identificadoras dos veículos suspeitos de modo a verificar supostas adulterações que servirão de prova material para a constatação do crime, caso ele exista. Número do chassi, motor, etiquetas são apenas algumas das identificações examinadas pelos peritos quando das análises.

 

Só no ano passado foram feitas 293 perícias em carros, com muitos deles apresentando indícios de adulteração. Neste ano, um novo sistema interno da Polícia Científica vai ajudar a agilizar os trabalhos e permitir a unificação dos Boletins de Ocorrência sempre que for solicitada uma perícia, ajudando os peritos na hora de conhecer o histórico da ocorrência.