Há um bom tempo ouve-se que a frota de veículos de Pato Banco vem crescendo. No mês de março, segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PR), o número de veículos registrados no município atingiu a marca de 50.043.

No mesmo período de 2013, Pato Branco tinha uma frota de 46.662. Sendo assim, o acréscimo foi de 3.381 veículos no período de um ano. A elevação de placas de Pato Branco só não é maior do que o número de primeiros emplacamentos realizado no município.

De acordo com dados do Detran-PR, que somente divulga esse índice ao final de cada ano, em 2012 foram registrados 4.105 novos veículos no município, número que foi superado em 2013, quando mais 4.376 veículos passaram a trafegar.

Considerando os dados do Censo de 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontou uma população de 72.370 habitantes, é possível afirmar que existe um veículo para cada duas pessoas.

Com o aumento, e somando a frota adicional — veículos de outros municípios que trafegam por Pato Branco —, os problemas com a mobilidade urbana voltam a ser destaque.

Ainda em 2012, após um estudo de aproximadamente seis meses, o engenheiro de transporte André Fialho apresentou sugestões de mudança no plano viário do município. Dividido em ações de curto e médio prazo, elas contemplavam desde a implantação de sistema binário [mão única] para vias como a avenida Brasil e Paraná — indicação que não foi implementada — e das ruas Itacolomi e Pedro Ramires de Mello, atualmente com mão única.

De acordo com o estudo, essas mudanças contribuiriam com a ligação do Centro à BR-158 nos dois sentidos. Contudo, o estudo não apontou apenas as alterações de sentido de vias, mas também a implantação de semáforos com a sincronização dos equipamentos por meio de uma central.

Passados quase dois anos da apresentação do estudo, e afirmando não ser sabedor da atual realidade do trânsito de Pato Branco, nem tão pouco conhecendo as medidas sugeridas que foram implantadas, Fialho disse que a cidade atingiu uma motorização por habitante bastante elevada, que ainda tem o incremento dos veículos dos outros municípios. “Esses fatores contribuem para que a circulação seja mais crítica”, afirmou o engenheiro. Ele destaca que a constante realização de intervenções no trânsito, como melhoria de equipamentos, investimento em tecnologia, contribui para uma maior mobilidade.

“Não existe um ponto final para o trânsito. É preciso buscar novas alternativas constantemente”, disse. Ele apontou a utilização das vias laterais às rotas mais usadas como uma alternativa para fluir o trânsito. “De forma geral, existem ruas que são subutilizadas. Com a melhoria dos acessos, elas podem vir a contribuir para um trânsito mais ágil”, sentenciou Fialho.

Em viagem a Curitiba, onde afirmou ter participado de reunião com o secretário de Desenvolvimento Urbano (Sedu) para garantir mais recursos para obras de asfalto, o prefeito Augustinho Zucchi afirmou que nos próximos dias será publicado edital para contratação de novo estudo viário de Pato Branco.

Segundo o prefeito, o estudo de 2012 será levado em consideração, porém deverá ser avaliada os impactos do trânsito com as obras das ruas Ivaí e Tocantins e também a criação de novos bairros.

 “Os 50 mil veículos representam o crescimento do município, ao mesmo tempo que também nos mostram os desafios da mobilidade urbana”, afirmou Zucchi. “Precisamos estudar, planejar e executar as mudanças”.

Ele também comentou a afirmação de Fialho de melhor utilização das vias laterais. “É uma prioridade absoluta tirarmos o trânsito das ruas principais”, explicou. “Nosso trânsito hoje obedece à lógica das águas, ou seja, concentra tudo no centro da cidade, com destaque na avenida Tupi, e nós temos que achar alternativas de entrada e saída da cidade”.

O prefeito destacou ainda que o estudo a ser contratado contemplará ainda o estudo do transporte urbano que, segundo ele, é de fundamental necessidade para o município.