O candidato do PT à presidência, Fernando Haddad, alertou neste domingo sobre os "riscos que a democracia corre" no Brasil e ressaltou que usará os argumentos como única "arma" no segundo turno, no qual enfrentará o candidato do PSL, Jair Bolsonaro.

Haddad ficou em segundo lugar na votação de primeiro turno neste domingo, com 28,37% dos votos válidos, enquanto Bolsonaro obteve 46,70%. Como nenhum obteve mais da metade dos votos, disputarão o segundo turno no dia 28 de outubro.

O substituto de Lula na disputa eleitoral afirmou que o segundo turno é uma "oportunidade" que precisará encarar com "sobriedade" e "responsabilidade".

Após a divulgação dos resultados do primeiro turno, o ex-prefeito de São Paulo se ofereceu para "unir os democratas do Brasil" e enfatizou que "há muitas coisas em jogo" no país.

"O próprio pacto da Constituição de 1988 está hoje em jogo em função das ameaças que sofre quase diariamente", afirmou Haddad, recebido pelos colegas de partido em um hotel de São Paulo, de onde acompanhou a apuração.

Em relação ao segundo turno, disse que manterá o diálogo a favor de um "projeto de país" e adiantou que já conversou com três de seus principais rivais, Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Guilherme Boulos (Psol).

Ciro, que foi ministro de Lula e disputou com Haddad grande parte dos votos da esquerda nessas eleições, ficou em terceiro lugar com 12,5%, enquanto Marina e Boulos tiveram menos de 2%.

Haddad também ressaltou seus "valores familiares", um dos principais pontos destacados por Bolsonaro durante a campanha eleitoral.

"Não vou abrir mão dos meus valores, inclusive dos meus valores familiares, que foram muito atacados nos últimos anos", acrescentou o também ex-ministro de Educação.

Fonte: Agência EFE