O PT registrou nesta quarta-feira a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva às eleições de outubro e agora espera a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que pode tirá-lo da disputa devido à condenação em segunda instância por corrupção pelo caso do tríplex do Guarujá.

A chapa foi inscrita com Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, como vice-presidente. O também ex-ministro da Educação deve liderar a candidatura petista caso o TSE vete a participação de Lula no pleito com base na Lei da Ficha Limpa.

Milhares de militantes do PT e de partidos aliados se reuniram nos arredores da sede do TSE em Brasília para acompanhar o registro da candidatura de Lula, preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba desde o dia 7 de abril.

"Chegamos até aqui apesar do golpe, o primeiro passo para tentar evitar que Lula volte ao poder", disse em entrevista a presidente do PT, a senadora Gleisi Hoffmann, fazendo referência ao processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

A candidatura de Lula foi registrada dentro da coligação "O povo feliz de novo, liderada pelo PT e composta por PCdoB, PCO e PROS.

Haddad disse que o PT insistirá na participação de Lula nos debates previstos até a realização do primeiro turno, pedido que já foi negado pela Justiça, ou que pelo menos um representante do partido seja convidado no lugar do ex-presidente.

"Lula tem os mesmos direitos de todo o candidato e não renunciará a eles. Por isso, faremos uma nova ofensiva nos tribunais", disse o ex-prefeito de São Paulo durante o registro da candidatura.

Gleisi afirmou que a partir de amanhã, quando os candidatos estão autorizados a iniciar a campanha visando as eleições de outubro, "milhões de Lulas estão percorrendo o país".

De acordo com levantamento divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Paraná Pesquisas, o ex-presidente Lula segue na liderança da corrida presidencial, com 30% das intenções de voto, e venceria qualquer um de seus possíveis adversários no segundo turno.

Em cenários sem a participação do ex-presidente, Jair Bolsonaro (PSL) é o primeiro colocado, com 23,9% dos votos, seguido por Marina Silva (Rede), com 13,2%, Ciro Gomes (PDT), com 10,2%, e Geraldo Alckmin (8,5%). Os três últimos estão empatados pela margem de erro, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

A pesquisa ouviu 2.002 eleitores de todo o país entre 9 e 13 de agosto.

 

Fonte: Agência EFE